SUS amplia tratamentos para endometriose, doença que afeta 15% das brasileiras
Por Administrador
Publicado em 10/07/2025 09:09
Saúde

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai passar a oferecer novos tratamentos para a endometriose, uma doença ginecológica crônica que afeta cerca de 15% das mulheres brasileiras em idade reprodutiva. A medida representa um avanço importante na saúde da mulher, garantindo mais acesso a métodos modernos de diagnóstico e terapias menos invasivas.

Dois tratamentos hormonais para endometriose estarão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda em 2025. O dispositivo intrauterino liberador de levonorgestrel (DIU-LNG) e o desogestrel impedem o crescimento do endométrio fora do útero.

O Dispositivo Intrauterino liberador de levonorgestrel (DIU-LNG) à esquerda e o Desogestrel à direita — Foto: Adobe Stock

As portarias que determinam o oferecimento dos medicamentos foram publicadas em 29 e 30 de maio, autorizando a indicação e distribuição de DIU-LNG e o desogestrel respectivamente. A partir dessas datas, o SUS tem até 180 dias para viabilizar gratuitamente os tratamentos.

 

Entenda a endometriose e seus sintomas

 

A endometriose é uma doença inflamatória crônica que acontece quando tecido semelhante ao endométrio — a camada que reveste o útero por dentro — cresce fora do útero, onde não deveria estar.

A endometriose ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio — que reveste o útero — cresce fora dele, provocando sintomas como cólicas menstruais intensas, dor pélvica crônica, dor durante as relações sexuais e, em alguns casos, infertilidade. Por se tratar de uma condição que muitas vezes é subdiagnosticada ou negligenciada, a ampliação dos serviços oferecidos pelo SUS pode fazer a diferença na qualidade de vida de milhares de mulheres.

 

Esse tecido pode se implantar nos ovários, trompas, bexiga, intestino, diafragma e até em locais mais distantes, como os pulmões. Mesmo fora do útero, esse tecido reage ao ciclo menstrual: engrossa, sangra e inflama, mas não tem por onde sair, o que causa dor, inflamação e, em alguns casos, infertilidade.

 

Os sintomas incluem cólicas menstruais severas, dores abdominais fora do período menstrual, dores nas relações sexuais e sintomas intestinais e urinários. Também pode afetar a fertilidade da mulher.

 

Como funcionam as novas tecnologias

• DIU-LNG: o dispositivo intrauterino liberador de levonorgestrel suprime o crescimento do tecido endometrial fora do útero. É indicado para mulheres com contraindicação ao uso de contraceptivos orais combinados (COCs). Como sua troca é necessária apenas a cada cinco anos, favorece a adesão ao tratamento e pode melhorar a qualidade de vida das pacientes.

 

• Desogestrel: é um anticoncepcional hormonal que atua principalmente inibindo a ovulação. Ao bloquear a atividade hormonal, ajuda a impedir o crescimento do endométrio fora do útero. Pode ser prescrito já na fase de avaliação clínica, antes mesmo da confirmação diagnóstica por exames de imagem.

 

Apesar de contraceptivos, o SUS só está autorizado a prescrever os medicamentos para casos de endometriose. Não há qualquer indicação de prescrição como métodos de prevenção à gestação.

 

 

 

 

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