Depois de 20 anos escrevendo para o público adolescente, a famosa escritora carioca Thalita Rebouças decidiu se aventurar por novos mundos. Em março de 2024, lançou “Felicidade inegociável e outras rimas”, o primeiro não-ficção da carreira, que traz a força e as vulnerabilidades da mulher madura. Agora, vem a Joinville apresentar a sua nova versão.
A autora é presença confirmada no dia 8 de junho na Feira do Livro de Joinville. Com dezenas de livros publicados, o destaque da vez é o lançamento. São 60 textos, em formato de rima, que trazem um pouco da experiência da própria autora de 49 anos, que passou a se entender ainda melhor após a meia-idade.
Queria falar para a mulher ‘cuide de você, você não depende de ninguém para ser feliz’. Se tiver com medo, vai com medo mesmo, se não quer aquela mudança agora, não precisa. Falar desse amadurecimento que é lindo, mas também é muito difícil. — reflete.
Além de abordar a coragem e a independência feminina, Thalita toca em assuntos mais sensíveis: o amadurecimento e envelhecimento, as cobranças impostas sobre o que deve ser feito enquanto mulher, as mudanças no corpo com o climatério, a famosa “menopausa”, luto, separação, autoconhecimento.
— Muitas mulheres me falam que identificaram que estavam no climatério por causa do livro, porque a gente acha que a menopausa é só aquele ‘calorão’, mas são mais de 70 sintomas, falta de paladar, escape de xixi, secura nos olhos — destaca a autora sobre a receptividade do público.
Trazer experiências reais no livro desencadeiam no mesmo reconhecimento que o público adolescente enxergava nas antigas histórias de Thalita. Desta vez, com mulheres adultas.
Antes eram as mães que acompanhavam as filhas nas palestras, agora são elas que param para dizer ‘você não tem noção de como me ajuda’. Isso tem sido muito legal — conta Thalita sobre o novo público.
Apesar dos temas sérios e que, em muitos casos, despertam a vulnerabilidade da mulher, Thalita garante que mantém a escrita leve.
— Falo de luto, de relacionamentos abusivos e, apesar desses temas pesados, consigo trazer de forma leve, que é uma marca do meu trabalho, essa leveza — afirma.
Novo formato e novo desafio
Além de se aventurar com o novo público e em um livro de não-ficção, o formato é o que mais desafiou Thalita neste novo trabalho.
A autora conta que foi chamada para gravar audiobooks, mas que não se sentiu à vontade no formato da história que tinha. A partir disso, sugeriu fazer um livro em rimas, por conta da sonoridade.
Thalita nunca tinha feito nada parecido, nem poesia, nem poema, mas quis arriscar nas rimas.
— E eles me deram essa chance e veio de forma natural — conta.
Apesar de ter se divertido nas rimas e da reflexão de ter contado histórias reais, Thalita afirma que planeja voltar à ficção. O próximo livro se chamará “Quase 30” e será dedicado às adolescentes que cresceram lendo a autora, mas que agora já são mulheres adultas. A nova história será sobre essas jovens mulheres.
E para a Feira do Livro, a carioca conta que a expectativa é poder reunir todo esse público: as mulheres maduras, jovens e adolescentes que acompanham suas histórias.
Thalita afirma que não tem uma “palestra” planejada, pois gosta de ouvir o público, ter essa troca de experiências e impressões, de forma natural.
Eu aproveito esse momento que eu converso com o público que me acompanha — conta.
Fãs da Thalita poderão encontrar a escritora na Feira do Livro de Joinville no dia 8 de junho. A carioca participa às 18h de um bate-papo no palco principal do evento e na sequência, às 19h, haverá uma sessão de autógrafos.
